Detectando Doenças Neurológicas

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As doenças de Alzheimer e de Parkinson são alguns exemplos desse tipo de patologia

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que a cada ano seis milhões de pessoas sejam acometidas por algum tipo de doença neurológica e acabem indo a óbito. Os principais fatores para o desenvolvimento dessas patologias são sedentarismo, má alimentação, infecções e herança genética.

Na maioria dos casos, não há medicação ou tratamento que leve à cura, porém é possível manter a qualidade de vida dos pacientes com os cuidados certos. Agora, uma questão que pode pairar tanto sobre um recém-formado que cursa residência na USP quanto sobre um leigo é como é feito o diagnóstico desse tipo de doença.

Pensando nisso, hoje, vamos conhecer um pouco mais sobre o universo das patologias neurológicas, quais as mais comuns e suas principais características. Isso sem contar, é claro, os exames e métodos utilizados pelos médicos neurologistas para chegar a um diagnóstico preciso.

Doenças neurológicas: o que são e quais são as principais

Em primeiro lugar, é preciso esclarecer que as doenças neurológicas são patologias que afetam, sobretudo, o sistema nervoso central e periférico, a exemplo do cérebro, da medula espinhal e dos nervos. A depender da patologia, os sintomas podem afetar tanto a coordenação motora quanto a capacidade cognitiva do paciente.

As doenças de Alzheimer e Parkinson são alguns exemplos. No caso da primeira, há um processo neurodegenerativo que afeta progressivamente a memória e a cognição; já a segunda está ligada à redução do neurotransmissor dopamina, afetando o sistema nervoso central e, consequentemente, a coordenação motora.

A esclerose múltipla é uma doença autoimune, em que o sistema imunológico ataca as células saudáveis do organismo, gerando lesões no cérebro e na medula. Já no acidente vascular cerebral (AVC), há o rompimento ou entupimento de vasos sanguíneos no cérebro, gerando uma paralisia em alguma região desse órgão.

Outra patologia que também é caracterizada como doença neurológica é a epilepsia, em que há um descontrole da atividade cerebral, causando movimentos descontrolados, convulsões e até perda de consciência. Essas são as doenças mais comuns, mas há muitas outras dentro do espectro neurológico.

Diagnóstico de doenças neurológicas

Para detectar quaisquer doenças neurológicas, como as já mencionadas acima, é preciso que o paciente seja devidamente acompanhado por um médico especializado nessa área que, por sua vez, fará uma série de exames até chegar a um diagnóstico final.

Anamnese e avaliação clínica

A anamnese consiste numa espécie de entrevista médica em que o paciente deve relatar os possíveis sintomas, o histórico da pessoa e das doenças presentes na família, o uso de determinadas medicações, etc. Já na avaliação clínica, o médico deve examinar a parte física do paciente em questão.

Exame neurológico

Ao fazer a avaliação física do indivíduo, o profissional também vai avaliar as suas condições neurológicas, como equilíbrio, força muscular, coordenação motora, reflexos, sensibilidade e outros aspectos físicos ligados ao sistema nervoso central.

Exames de imagem

A ressonância magnética (RM), tomografia computadorizada (TC), ultrassonografia cerebral, doppler transcraniano e angiografia cerebral são alguns exemplos de exames de imagem utilizados para fazer o mapeamento do cérebro e da medula espinhal, de modo a indicar possíveis lesões, anormalidades, tumores, etc.

Testes de função cognitiva

Há também alguns testes, as chamadas avaliações neuropsicológicas, que vão avaliar a memória, a atenção, as funções cognitivas e as demais habilidades mentais. Esses exames podem detectar tanto distúrbios cognitivos como também casos de demência.

Testes genéticos

O fator genético está presente em doenças neurológicas, como o Alzheimer e o Parkinson, e, por isso, também deve ser avaliado por meio de testes específicos. Estes, por sua vez, poderão identificar possíveis mutações genéticas relativas a tais doenças.

Exames de sangue e líquido cefalorraquidiano

A coleta de amostras de sangue e de líquido cefalorraquidiano também pode ser usada em exames específicos que podem detectar algum tipo de marcador de doenças neurológicas, como distúrbios metabólicos, inflamações e infecções.