É possível ter uma agricultura sustentável?

Atualmente, há uma preocupação cada vez maior em conseguir adotar um modelo de agricultura sustentável e que cause impactos menores no meio ambiente.

Isso é considerado fundamental não apenas para garantir o futuro do planeta, mas também o bem-estar das gerações futuras.

Com isso, cada vez mais plantios têm buscado adotar alternativas que incluam agricultura regenerativa, rotação de culturas e equilíbrio entre o plantio e os recursos naturais.

Neste texto, entenda o que é a agricultura sustentável e conheça alguns dos modelos existentes para implementá-la.

O que é?

A agricultura sustentável pode ser definida como um modelo que respeita o meio ambiente, consegue ser economicamente viável e é justo do ponto de vista social.

Assim, nesse tipo de agricultura procura-se garantir às gerações futuras a capacidade e o que for necessário para suprir as necessidades de produção agrícola, assegurando a qualidade de vida no planeta.

Seu objetivo é conseguir atender às necessidades alimentares e têxteis que a sociedade demanda, mas sem comprometer as próximas gerações.

Além disso, as metodologias da agricultura sustentável buscam uma equidade social e econômica, oferecendo rentabilidade e, claro, ajudando a construir e cultivar um ambiente saudável, com impactos mínimos ao meio ambiente.

Para que isso seja possível, é necessário o envolvimento de todas as partes que estão presentes no sistema alimentar, sendo elas:

  • Produtores;
  • Processadores de alimentos;
  • Varejistas;
  • Distribuidores;
  • Consumidores;
  • Gerentes de resíduo.

É apenas com a colaboração de todas as pessoas envolvidas em todas as etapas que a agricultura sustentável traz resultados.

Quais os modelos de agricultura sustentável?

Já existem algumas iniciativas que buscam implementar essa filosofia e ressignificar a agricultura. Conheça alguns dos principais modelos abaixo.

Agricultura orgânica

Engana-se quem pensa que a preocupação por alternativas para o modelo do agronegócio é algo dos últimos anos. Em 1920, o inglês Albert Howard desenvolveu o que é a mais antiga e tradicional corrente de agricultura ecológica atual.

Seu sistema baseia-se na compostagem de matéria orgânica, por meio do uso de microorganismos eficientes para conseguir o processamento mais rápido do composto.

Além disso, esse modelo também recorre à aplicação da rotação de culturas nas áreas de plantio e no uso da adubação exclusivamente orgânica, realizando a reciclagem de nutrientes no solo.

Agricultura biológica

O suíço Hans Peter Muller desenvolveu esse modelo na década de 1930, sendo esta uma alternativa com forte cunho político e socioeconômico. A principal base são as ciências biológicas, em busca de criar um sistema que procura manter o equilíbrio ambiental.

Para isso, o controle de pragas e doenças e a manutenção da fertilidade do solo ocorre com o uso de ciclos e processos naturais, o que garante a otimização dos recursos e o uso de energia.

Assim, espera-se desenvolver um modelo que tenha mais preocupação com a autonomia do agricultor e favoreça a comercialização direta.

Agricultura natural

Desenvolvida no Japão, esse método prega a realização de um cultivo natural, no qual exista harmonia entre a saúde humana, o meio ambiente, a alimentação e a espiritualidade. 

Nela, o cultivo dos vegetais acontece da forma mais natural possível, evitando-se o uso de qualquer artifício que não esteja de acordo com o crescimento vegetal e o “comportamento” natural do solo.

Assim, não são utilizados agrotóxicos, inclusive os adubos de origem animal, como o esterco. Isso porque, segundo esse modelo, os agrotóxicos influenciam negativamente no sabor natural dos alimentos, prejudicando também a saúde humana.

Sistemas agroflorestais (SAFs)

Esse é um modelo que busca recuperar áreas degradadas e restaurar florestas por meio de consórcios de culturas agrícolas com espécies arbóreas.

Por meio dessa iniciativa a tecnologia consegue amenizar as limitações de terreno, otimizando a produtividade e minimizando os riscos de degradação resultantes da atividade agrícola.

Além disso, o uso de árvores é fundamental para recuperar funções ecológicas, fator determinante para restabelecer a relação entre animais e plantas. Isso colabora para a diminuição da perda de fertilidade do solo e também no controle de pragas.

Agroecologia

Por fim, esse método, desenvolvido nos EUA na década de 1980, busca combinar as correntes, propondo uma visão que abrange todas as demais alternativas, tendo como base a pesquisa científica.

Assim, por meio dela, é fornecido os princípios ecológicos básicos para o tratamento de ecossistemas que sejam produtivos, mas que também preservem os recursos naturais.

Esse sistema parte do princípio de que os sistemas devem ser culturalmente sensíveis, economicamente viáveis e socialmente justos. Dessa forma, é possível criar um agroecossistema sustentável e benéfico para a população humana e o meio ambiente.